Pasmado
Pasmado integra a pesquisa de repertório da Peneira, sendo concebido a partir do método “Fabulações do Território”, um processo criativo moldado pela intersecção entre a operação de materiais de arquivo, a participação ativa dos moradores de uma localidade específica e a fusão entre memória e ficção.
Em meio às ruínas urbanas, em cena os atores Kamilla Neves e Anderson Barreto erguem uma encruzilhada onde se entrelaçam os afetos, memórias, cotidiano, relações, lutas e trabalho. Esta investigação mergulha nas memórias do processo de remoção de favelas na década de 1960 por intermédio das miudezas do dia a dia, explorando o ato de fabular sobre uma territorialidade, criando espaços entre as fissuras das múltiplas narrativas que definem o Rio de Janeiro. O espetáculo estreou em 5 lajes de moradoras da Vila Aliança, considerado o 1º Conjunto Habitacional da América Latina, fez temporada no Teatro Municipal Café Pequeno, dentre outros. A direção é de Priscila Bittencourt e Luiz Fernando Pinto.
Sinopse
Pasmado conta a história dos irmãos João e Zezé que moram no Morro do Pasmado, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Na década de 1960, ápice da política de remoções de favelas cariocas, onde mais de 176 mil pessoas foram deslocadas para conjuntos habitacionais construídos na Zona Oeste da cidade, os irmãos foram afetados por um projeto urbanístico que mudou a vida de todos os moradores do morro. A ação, denominada “Aliança para o Progresso”, foi um projeto político executado pelos governos do Brasil e Estados Unidos da América durante a presidência de John F. Kennedy.